terça-feira, 17 de agosto de 2010

INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSOS

Pessoal essa semana estou indo para o Chile para apresentar um trabalho que fiz na Faculdade de Medicina da USP, em parceria com a Ft. Adriana Barsante, Profa. Dra. Amélia Pasqual Marques (minha orientadora) e a Profa. Dra. Rosa Pereira.
Já já o artigo será publicado para quem quiser ler na íntegra......

Um resuminho do que vamos apresentar:

Avaliamos 388 idosos, média de idade de 73,3 anos, sendo que 63,5% eram mulheres. Todos responderam a um questionário com dados pessoais, médicos e presença de incontinência urinária. Além disso questionamos sobre vários aspectos da incontinência: tempo de perda, sintomas, frequência de perda, tipo de incontinência, entre outras.....
Vejam alguns achados:

  • Nossa amostra teve uma prevalência de incontinência urinária de 38,4%, num intervalo de confiança de 95%.
  • as mulheres tem mais incontinência que os homens e sofrem mais de incontinência urinária de esforço (aquela em que o xixi escapa quando fazemos esforço, como tosse, espirro, por exemplo) e mista
  • os homens tem mais incontinência de urgência (vontade urgente de fazer xixi, que não dá para segurar e acaba ocorrendo perda antes de chegar no banheiro)
  • indivíduos com diabetes, pressão alta e fibromialgia tem mais incontinência que aqueles que não tinham essas doenças crônicas
Vejam só como a incontinência acomete muita gente........e a ocorrência cresce linearmente com o aumento da idade.
Somado a isso vem a má qualidade de vida dos incontinentes. Idosos incontinentes tendem ao isolamento social, frustração e depressão. Além disso estão mais sujeitos a infecções do trato urinário, o que pode ser muito perigoso para a saúde, trazendo complicações.......

A OMS faz uma projeção de que até 2050 20% da população será de idosos!!!

Isso mostra que os médicos devem estar atentos a esse problema, perguntando, avaliando e encaminhando os idosos que sofrem de perdas urinárias para os profissionais capacitados que possam indicar o tratamento ideal.

Um abraço,
Juliana

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

MATERNIDADE

Esse post não será exatamente um artigo, com dados e atualidades, será um ponto de vista meu:
Cada vez conheço mais mulheres que deram á luz por meio de cesareana. Quando elas contam sobre o parto dizem que não tiveram dilatação, que o bebê estava correndo perigo, que não queriam correr o risco de passar da hora, que não queriam sentir dor, e muitas, fazem com medo de "estragar" o períneo.
Acredito que os obstetras tenham suas razões para gostarem tanto de cesareanas, talvez seja realmente mais seguro.
Mas eu questiono sempre: como será que antigamente nasciam tantas crianças de parto normal? Elas não tinham essa avalanche de problemas? Será que é o excesso de açucar, sódio e corantes que está dificultando???? Brincadeira.......
Mas na Europa, EUA, Canadá não existe esse exagero. As mulheres ficam horas em trabalho de parto, e algum procedimento cirúrgico só acontece realmente com muita necessidade.
Acredito que muito dessa realidade se deva ao sistema de saúde no Brasil. Para médicos mal remunerados é realmente difícil ficar horas acompanhando uma gestante em trabalho de parto. Por outro lado está a praticidade de poder fazer a cesárea e passar o feriado e o final de semana tranquilos.....
Eu não estou defendendo o parto normal a qualquer custo, que coloca em risco a saúde da mãe e do bebê, de jeito algum. Se há hospitais preparados para que o parto ocorra com segurança é lógico que essa é a melhor opção. E nas situações que há risco, não há dúvidas que a cesareana é fundamental!!!!

Tive meu filho de parto normal. A bolsa rompeu com 37 semanas, antes da data prevista. Entrei em trabalho de parto e este durou 28 horas!!! Se tive dores? Claro, mas para falar a verdade nem me recordo delas.....me recordo sim da hora que meu filho saiu, chorou e foi colocado no meu peito. Meu obstetra foi o Dr. Carlos Borsatto, e foi fundamental para que tudo ocorresse bem. Ele sabia que minha opção era o parto normal, e dentro das condições de segurança, com monitoramento constante e analgesia na hora certa (para eu não sofrer atoa), tudo ocorreu maravilhosamente bem.
Ah, o parto não "detonou" meu assoalho pélvico, mesmo assim faço meus exercícios específicos diariamente, prevenindo problemas futuros.

Meu filho é maravilhoso,já tem 9 anos. Ele é um ser humano especial que me veio de presente. Amamentei-o por 8 meses, e recomendo. Nunca esqueço dos momentos que ele estava encostadinho no meu peito  mamando.

Daqui deixo alguns recados:
- pensem na possibilidade do parto normal,não marquem a data do nascimento por conveniência, deixem a natureza agir, e conversem com seu obstetra a respeito.
- não desistam facilmente da amamentação. No começo pode ser difícil, machuca, o bebê não pega direito...mas com CALMA tudo se resolve. Existem doulas, enfermeiras e grupos especializados nesses problemas, procure!!!!


Um abraço!!!!