terça-feira, 7 de setembro de 2010

OBESIDADE INFANTIL

Pessoal,
a obesidade é um fato na nossa sociedade, e infelizmente as crianças vem sofrendo cada vez mais desse mal.....encontrei um artigo muito bem escrito no Jornal de Pediatria e repasso alguns trechos para vocês.
Aqueles que tem filhos, sobrinhos ou mesmo amigos com crianças gordinhas, vale a informação. Quanto antes mudarmos o comportamento dessas crianças, melhores as chances de sucesso!!!!
Um abraço!!!


De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a prevalência de obesidade infantil cresceu em torno de 10 a 40% na maioria dos países europeus nos últimos 10 anos. A obesidade ocorre mais freqüentemente no primeiro ano de vida, entre 5 e 6 anos e na
adolescência. E no Brasil a incidência também cresce, tanto nas famílias de alto poder aquisitivo, como nas menos favorecidas, que acabam tendo menor oferta de alimentos saudáveis, como peixes, frutas e legumes.

FATORES QUE INFLUENCIAM A OBESIDADE
Vários fatores influenciam o comportamento alimentar, entre eles fatores externos (familia, amigos, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares) e fatores internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico). Dificuldade em estabelecer um bom controle de saciedade é um fator de risco para desenvolver obesidade, tanto na infância quanto na vida adulta. Quando as crianças são obrigadas a comer tudo o que é servido, elas podem perder o ponto da saciedade. A saciedade se origina após o consumo de alimentos, suprime a fome e mantém essa inibição por um período de tempo determinado. A fase cefálica do apetite inicia antes mesmo do alimento chegar à boca: são sinais fisiológicos, gerados pela visão, audição e odor. Esses estímulos fisiológicos envolvem um grande número de neurotransmissores, neuromoduladores, vias e receptores. A distensão do estômago é um sinal  importante
de saciedade.  Além de estímulos mecânicos, estão envolvidos neurotransmissores e peptídeos


Existem aspectos bem estudados em relação aos hábitos alimentares mais relacionados com a obesidade. Apregoa-se que o aleitamento materno seja um fator protetor
importante para a obesidade. No entanto, hábitos como não tomar café da manhã, jantar consumindo grande quantidade calórica, ingerir uma variedade limitada de alimentos e preparações e em grandes porções, consumir em excesso líquidos leves mas calóricos e ter uma inadequada prática de alimentação precoce são prejudiciais e indutores de obesidade.

LANCHES
Um estudo prospectivo, de 19 meses de duração, com 548 crianças de escolas da sexta e
sétima séries, verificou que o IMC e a freqüência de obesidade aumentavam para cada porção adicional consumida de bebida contendo açúcar refinado. O hábito do consumo de lanches, analisado em indivíduos de 2 a 18 anos de idade, também foi alterado no decorrer das últimas décadas. Atualmente, mais crianças consomem lanches do
que no passado, sendo o maior aumento observado na última década. A ingestão média de calorias proveniente dos lanches aumentou de 450 para 600 calorias por dia e
hoje representa 25% da ingestão energética diária. A densidade energética dos lanches das crianças também aumentou de 1,35 para 1,54 kcal/g. Este achado é importante, já que pequenas elevações na densidade energética de alimentos consumidos podem levar a grandes aumentos na ingestão calórica total. Assim, as tendências de consumo de lanches podem estar contribuindo para o aumento da obesidade na infância. A adição de açúcar chega a representar um terço das calorias ingeridas pela popula-
ção americana.

INFLUENCIA DOS PAIS
Os pais exercem uma forte influência sobre a ingestão de alimentos pelas crianças. Entretanto, quanto mais os pais insistem no consumo de certos alimentos, menor a
probabilidade de que elas os consumam. Da mesma forma, a restrição por parte dos pais pode ter efeito deletério. Na primeira infância, recomenda-se que os pais forneçam às crianças refeições e lanches saudáveis, balanceados, com nutrientes adequados e que permitam às crianças escolher a qualidade e a quantidade que elas desejam comer desses alimentos saudáveis.

É essencial que sejam avaliados a disponibilidade de alimentos, as preferências e recusas, os alimentos e prepara ções habitualmente consumidos, o local onde são feitas as refeições, quem as prepara e administra, as atividades habituais da criança, a ingestão de líquidos nas refeições e intervalos, e os tabus e crenças alimentares. Diminuir o consumo de alimentos e preparações hipercalóricas já é suficiente para a redução do peso. É também fundamental salientar que crianças e adolescentes seguem padrões paternos; se esses não forem modificados ou manejados em conjunto, um insucesso do
tratamento já é previsto.

RECOMENDAÇÔES

·         encorajar o aleitamento materno;
·         orientar pais e educadores a promover padrões alimentares saudáveis, oferecendo lanches nutritivos;
·         encorajar a autonomia das crianças no controle da sua ingestão alimentar, estabelecendo limites apropriados nas escolhas;
·         promover rotineiramente atividade física, incluindo jogos não-estruturados em casa, na escola e na comunidade;
·         determinar limite no tempo de assistir televisão e vídeo para um máximo de 2 horas por dia
·         Apoio geral: ajudar pais, professores, técnicos e outros profissionais que influenciam a juventude a discutir hábitos saudáveis  e não a cultura do corpo . como parte do esforço para controlar sobrepeso e obesidade;

Portanto, a obesidade infantil é uma realidade que deve ser observada e tratada o quanro antes. Pais, professores e familiares devem estar atentos!!!

Para maiores informações:
de Mello E D et al. Obesidade Infantil. Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº3, 2004