sábado, 22 de dezembro de 2012

Viver, sentir, morrer, lembrar





Nesse anos todos que tenho trabalhado como fisioterapeuta tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas, meus pacientes. Alguns foram somente meus pacientes, passaram rapidamente...... Outros, passaram e deixaram um pouco de si, me ensinaram muito, confiaram no meu trabalho, nas minhas mãos.......me falaram de seus problemas, de suas alegrias...e também acabaram participando da minha vida, das minhas alegrias, das minhas dificuldades e conquistas. Esses posso dizer que se tornaram meus amigos. Alguns ainda fazem parte do meu dia-a-dia, felizmente. Outros, pelas circunstâncias da vida já se foram, deixando saudades e lembranças boas.

Cada um que parte me faz pensar sobre a vida, sobre os encontros, sobre o aprendizado, a confiança e a troca de experiências. Perdê-los  é muito difícil......assim como perder alguém da família.

Mas viver, crescer, amadurecer e morrer fazem parte da nossa jornada aqui nesse Mundo. Temos que aprender a lidar com a perda, pois ela é uma parte do viver. A saudade é dura, mas as lembranças, o aprendizado e a história que ficou, são muito valiosas.

Por isso tudo cada dia me convenço mais que todos os momentos que estamos vivendo devem ser valorizados. Não podemos deixar passar um abraço, um elogio, um aperto de mão. Devemos fazer tudo de melhor hoje, porque amanhã ainda não existe e ninguém sabe o que será.



Para expressar um pouco disso, aqui vai um poema da Clarice Lispector:

" Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre."




Esse post é em homenagem a algumas pessoas especiais que passaram pela minha vida e que me presentearam com uma lembrança, um elogio, um ensinamento, uma receita especial, um abraço verdadeiro, uma piada engraçada....enfim, que deixaram sua marca....e a eles deixo meu agradecimento e minha saudade.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Os 10 fatores que mais levam à obesidade

Recentemente li esse artigo que fala de 10 fatores que facilitam o desenvolvimento da obesidade. Alguns são óbvios, outros nem tanto. Mas todos estão ligados aos nossos hábitos atualmente. Vejam abaixo:




1. o "ambiente" atual dos alimentos: aumento da disponibilidade de alimentos relativamente baratos, altamente calóricos (carregados de gordura, açúcar e sal) servidos em porções enormes;

    2. diminuição da atividade física: aumento no tempo gasto em atividades sedentárias, como assistir televisão ou usar computadores; tecnologia avançada permite menor gasto calórico (escadas rolantes, por exemplo, controles remotos de TV, abridores de portas de garagem elétricos, etc)

    3. diminuição do período de sono: há uma  tendência de diminuição da quantidade de sono na população geral com o passar dos anos (de cerca de 9 horas antes da Primeira Guerra Mundial para menos de 7 horas, mais recentemente), com muitas pessoas sofrendo cronicamente de "privação de sono". A falta de sono leva a profundos efeitos sobre o metabolismo, que por sua vez provocam  mudanças de ritmos circadianos,  aumento da ingestão de alimentos, ganho de peso, e até mesmo doenças como a diabetes do tipo II e doenças cardíacas

    4. ganho de peso  induzido por drogas: medicamentos para a depressão, psicose, ansiedade, hipertensão, diabetes, além de contraceptivos, podem provocar aumento de peso.

    5. declínio no consumo de cigarros: o tabagismo pode levar ao controle de peso e deixar de fumar pode e
 provocar ganho de peso, muitas vezes considerável

    6. exposição a "perturbadores endócrinos:" produtos químicos industriais utilizados no nosso meio ambiente têm sido associados com o ganho de peso. Pesticidas e conservantes podem perturbar o funcionamento hormonal e  a regulação tecido adiposo

    7. infecções: vários vírus têm sido associados ao ganho de peso, tanto em animais como em seres humanos; mesmo variações na flora intestinal pode levar a aumento de peso

   8. intra-utero:  peso materno (supernutrição ou desnutrição para o feto) pode levar à obesidade na vida adulta

   9. aumento da idade materna:  As taxas de obesidade em crianças com mães mais velhas é supostamente maior

  10. controle da temperatura e diminuição da variabilidade em temperaturas ambientes com ar condicionado e de aquecimento central: pode levar a uma diminuição da taxa de metabolismo e o ganho de peso



Na maior parte delas conseguimos ter alguma influência. Vamos lá: mais exercício, menor quantidade de alimentos gordurosos, açucarados e com conservantes, ou seja, menos alimentos industrializados. Infelizmente na matemática da saúde, o mais prático nem sempre é o mais saudável. A velha comidinha da vovó, feita em casa com carinho e amor, é sem dúvida a melhor opção.

Que tal tentar comer alimentos mais caseiros? Dá trabalho? com certeza, mas em compensação dá também mais saúde, para vc e sua família. E para completar, mantenha-se longe do sedentarismo....ande mais a pé, não use o carro quando for sair perto de casa ou do trabalho, suba mais escadas, passeie com seu cachorro, lave seu carro nos finais de semana, faça aquela faxina na sua casa semanalmente. Com essas atitudes, vc economiza seu dinheiro (não precisa pagar o lava-rápido, o passeador de cachorro e a faxineira....)e de quebra mantém-se mais saudável !!!!!

                       

Para mais informações sobre a pesquisa é só acessar http://www.psychologytoday.com/blog/the-gravity-weight/201212/top-ten-reasons-why-we-may-all-be-getting-fatter


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Final de mais um ciclo - Final de mais um ano !!!


Por incrível que pareça, mais um ano se foi....há pouco tempo me lembro de ter começado 2012.

Ouço muito por aí as pessoas falando que o tempo está passando mais depressa..... eu tenho a mesma sensação, não sei se por estar mais amadurecida, ou pela velocidade com que as coisas se modificam atualmente. Acho que a segunda opção tem um pouco de lógica.

Bom, resolvi falar disso, pois mais uma vez estamos todos querendo fechar um ciclo....festas de confraternização, amigos secretos, cartões, presentes, abraços, desejos, planos, palavras...enfim, em dezembro as pessoas resolvem fazer o que não fizeram durante todo o ano.

Confesso que apesar de adorar esse clima de união, prestações de contas,  oportunidades de reencontros e trocas de presentes, ando meio cansada de tantas comemorações. Parece que ficamos sufocados de tantos eventos num espaço de tempo tão curto. E parece muitas vezes que o consumismo é mais forte que o sentimento de confraternização. Será que precisamos realmente comprar tantos presentes? Será que somente se reunir e trocar coisas boas não é um enorme presente? Há um tempo, na minha casa,  abolimos essa história de comprar tantas coisas no Natal........mas não abolimos a reunião, a confraternização, a oportunidade de celebrar a saúde, a vida e a oportunidade de usar essa época para planejar um novo ciclo, um recomeço. E para mim, isso é realmente o que importa.

natal

Essa semana ouvi uma música, tocada por um aluno, falando do Natal de forma diferente.....adorei.....que tal fazer o Natal todo dia?  Fica  a sugestão.......e a letra:


Natal Todo Dia

Roupa Nova

Um clima de sonho se espalha no ar
Pessoas se olham com brilho no olhar
A gente já sente chegando o Natal
É tempo de amor, todo mundo é igual
Os velhos amigos irão se abraçar
Os desconhecidos irão se falar
E quem for criança vai olhar pro céu
Fazendo pedido pro velho Noel
Se a gente é capaz de espalhar alegria
Se a gente é capaz de toda essa magia
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia
Se a gente é capaz de espalhar alegria
Se a gente é capaz de toda essa magia
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia
Um jeito mais manso de ser e falar
Mais calma, mais tempo pra gente se dar
Me diz porque só no Natal é assim
Que bom se ele nunca tivesse mais fim
Que o Natal comece no seu coração
Que seja pra todos, sem ter distinção
Um gesto, um sorriso, um abraço, o que for
O melhor presente é sempre o amor

Bom dezembro cheio de comemorações para todos!!!! e boas férias para aqueles que podem descansar :-)
um grande abraço


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Prostatectomia X Qualidade de Vida X Sexualidade



Ao receber o diagnóstico de câncer de próstata muitos pacientes ficam apreensivos sobre a melhor forma de tratamento a ser escolhida. Radioterapia, prostatectomia radical, cirurgia por robótica...enfim, são algumas opções e muitas dúvidas. Muitos pacientes ficam com medo de desenvolver incontinência urinária e disfunção erétil após a cirurgia. Esses são realmente os fatores que mais incomodam os pacientes no pós-operatório.

Um estudo recente publicado no Journal of Sexual Medicine avaliou a qualidade de vida e satisfação sexual como fatores para se levar em consideração na hora de decidir sobre o tratamento do câncer de próstata.

Foi avaliada a satisfação sexual que os pacientes apresentavam no período pré-operatório e 5 anos após a cirurgia, comparando-as.  Avaliou-se 285 homens submetidos à prostatectomia radical. De todos os pacientes, 52% tinham  nível alto ou razoável de satisfação sexual antes da cirurgia, enquanto 48% relataram um nível baixo de satisfação.
O grupo com alta satisfação relatou melhor função sexual  que o grupo com baixa satisfação no momento pré-operatório.
51% do grupo com alta satisfação informou que o nível de satisfação sexual logo após a cirurgia foi ruim ou muito ruim, e que não retornaram ao nível pré-operatório, após 5 anos. Cerca de 20% do grupo com baixa satisfação recuperou a satisfação sexual atingindo níveis superiores ao período pré-operatório após a cirurgia. O grupo de alta satisfação apresentou mais incômodo em comparação com o período pré - operatório durante  todo o acompanhamento pós-operatório. Por outro lado, o grupo com baixa satisfação manteve o nível de incomodo semelhante ao apresentado no período pré - operatório.

Isso mostra que a sexualidade antes da cirurgia deve ser questionada, pois quanto melhor ela for, mais os pacientes sentirão os possíveis efeitos no pós-cirúrgico.

As atitudes dos pacientes em relação a suas vidas sexuais são um fator fundamental a ser levado em conta na escolha de tratamento para câncer de próstata. Uma melhor compreensão das mudanças na saúde sexual depois de prostatectomia  é muito importante, pois vai permitir que os médicos possam fornecer informações clinicamente relevantes que auxiliem os pacientes a elejer a cirurgia que fará com que se sintam mais confortáveis.



fonte: http://www.urotoday.com/UroToday/Prostate-Cancer/the-relationships-between-preoperative-sexual-desire-and-quality-of-life-following-radical-prostatectomy-a-5-year-follow-up-study-abstract.html

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Tratamento Conservador da Incontinência Urinária: cones vaginais - Parte II


 

Olá pessoal,
hoje vamos continuar a série de alternativas conservadoras para o tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE).
O tema de hoje são os cones vaginais, conforme bibliografia que eu cito no final do artigo.
Vamos lá:
Cerca de 30% das mulheres são incapazes de realizar contrações voluntárias do assoalho pélvico corretamente. Segundo os autores pesquisados, os cones vaginais produziriam uma contração involuntária da musculatura do assoalho pélvico em resposta ao peso/presença do cone na vagina. Dessa maneira o cone favoreceria o fortalecimento e a coordenação dos músculos do assoalho pélvico, o que consequentemente auxiliaria o tratamento da IUE.
 Os cones são dispositivos que  normalmente são inseridos com facilidade e possuem a vantagem de serem usados ​​sem supervisão, em casa. As mulheres são instruídas a inserir o cone mais pesado que podem manter  quando estão em pé e se movimentando. Esse peso pode ser aumentado gradualmente, conforme a mulher vai adquirindo mais habilidade, resistência  e força. 


Geralmente, as instruções são usar o cone uma a duas sessões de 15 minutos por dia, durante um mês ou mais.
A duração do tratamento ainda é um tema controverso na literatura. Segundo os autores a eficácia dos cones vaginais seria semelhante à dos exercícios para o assoalho pélvico. Peattie e colaboradores avaliaram 30 pacientes que utilizaram cones vaginais: 70% referiram estar completamente secas ou terem melhorado em relação à perda urinária após um mês de tratamento.
 Os efeitos colaterais, como dor vaginal e aumento da secreção vaginal, foram relatados  por 10% das mulheres tratadas em um outro estudo, sem necessidade de interrupção do tratamento. 
 Uma revisão sistemática com 17 estudos (incluindo 1484 mulheres) sobre o uso de cones vaginais para o tratamento da IUE concluiu que o uso de cones vaginais é melhor do que nenhum tratamento ativo, apresentando eficácia semelhante à do treinamento muscular. No entanto, os autores ressaltaram que a taxa de abandono nesses estudos foi relativamente alta (média de 25%), sugerindo que esta modalidade nem sempre é bem aceita entre os pacientes.

Minha opinião: os cones são uma alternativa para que as pacientes possam exercitar de modo diferente o assoalho pélvico em casa, sem a necessidade de supervisão de um fisioterapeuta. Muitas vezes ele serve como um motivador. Não acredito que o uso do cone seja uma sobrecarga tão efetiva para o fortalecimento desses músculos, mas acredito que a presença deles no canal vaginal funciona como um estímulo proprioceptivo, sensorial, que faz a mulher lembrar de contrair esses músculos, principalmente nas situações de aumento de pressão abdominal, que são as que causam perdas urinárias. Elas contraem para evitar que o cone caia, e isso é positivo. 

Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3289701/

Aguardem o próximo post, sobre o uso do biofeedback para treinar a musculatura!!!!

abs

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Tratamento conservador da incontinência urinária: simples e seguro - PARTE I



Fazendo uma revisão sobre treinamento da musculatura do assoalho pélvico achei um artigo simples e interessante para informar tanto os leigos como para quem trabalha com reabilitação e saúde e busca mais informações.
Para quem tem incontinência urinária de esforço, ou seja, perde urina quando tosse, espirra, corre ou carrega peso, por exemplo, além da cirurgia, existe a possibilidade de se fazer um tratamento menos agressivo, que chamamos de conservador.
Leia abaixo as informações do artigo:

A incontinência urinária de esforço (IUE) é comum entre as mulheres e tem um impacto negativo e significativo na rotina e na qualidade de vida delas. Apesar da cirurgia para correção da incontinência ser muito utilizada, muitas mulheres preferem uma opção conservadora para evitar a recorrência da incontinência a longo prazo ou mesmo para evitar complicações que podem ocorrer depois de intervenções cirúrgicas. Além disso, algumas mulheres não são elegíveis para a cirurgia ou preferem adiá-la.  Vou trazer uma série de posts baseados nesse artigo sobre cada uma das técnicas. 
A primeira delas é a mais comum e mais fácil de qualquer pessoa fazer..... o Treinamento da Musculatura do Assoalho Pélvico:
 
Parte I) Treinamento da musculatura do assoalho pélvico 

A ação dos músculos do assoalho pélvico promove o fechamento uretral e a sustentação dos órgãos pélvicos. Quando adequadamente realizado, o treinamento  restaura a capacidade de contração desses músculos de uma forma programada e coordenada e, portanto, melhora ou recupera a continência.
Uma revisão sistemática de 12 estudos (envolvendo 672 mulheres)  mostrou que mulheres que se submeteram ao treinamento apresentaram melhor qualidade de vida, menos episódios de incontinência por dia e menor volume de perda urinária do que mulheres do grupo controle, que não se exercitou sistematicamente. Sabe-se também que para os treinamentos terem bons resultados o ideal é que eles sejam supervisionados por fisioterapeuta e que as pacientes estejam motivadas !!!
Em relação à forma de treinar, individualmente ou em grupo, não há diferença, ambos trazem efeitos positivos.  Mas uma revisão de literatura da Cochrane  publicada recentemente comparou o treinamento da musculatura com abordagens diversas para incontinência, mostrando que a supervisão regular (por exemplo, semanalmente) combinada com sessões de grupos pode contribuir para o êxito do treinamento.
Poucos estudos relataram os resultados do treinamento a longo prazo. as pesquisadoras Bo e Talseth examinaram 23 mulheres, cinco anos após o término do treinamento e encontraram um índice de satisfação de 70%, com a mesma % de  mulheres exercitando os músculos do assoalho pélvico, pelo menos uma vez por semana; 75% não apresentaram perdas durante teste de esforço com a força muscular do assoalho pélvico mantida.

Outros autores (Cammu e colaboradores) mostraram que, quando o treinamento é inicialmente bem-sucedido existe uma chance de 66% que o resultado favorável vá persistir por pelo menos 10 anos.

Finalizando os autores falam que o treinamento  não é invasivo, com efeitos colaterais insignificantes, baixos custos e deve ser sugerido como uma opção de primeira linha no tratamento da incontinência urinária de esforço.

Minha Opinião: acho o tratamento conservador com exercícios ótima opção, mas faltam estudos que mostrem a melhor metodologia para aplicação da técnica. Não existe nenhum estudo científico bem conduzido comprovando qual a melhor freqüência de treinos, número ideal de contrações e séries por dia e a melhor maneira de executar os exercícios. Na prática clínica vemos muitas formas diferentes de aplicação do treinamento, que no geral acabam dando bons resultados. 
Acredito que o maior benefício ocorre quando os pacientes aprendem a maneira correta de acionar esses músculos, principalmente nas situações que promovem aumento da pressão abdominal e acabam exigindo mais do esfíncter. De qualquer maneira aguardamos resultados de novos estudos definindo a melhor maneira de treinar o assoalho pélvico.
Enquanto isso, para você que tem esse problema e quer fazer um tratamento conservador, procure um fisioterapeuta especializado, para que ele possa garantir que você faça um treino individualizado e correto!!!!

No próximo post falaremos de cones vaginais!!!! Não perca.......
abs

o artigo na íntergra está em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3289701/

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Qual Alternativa para a Musculação?



Você é daqueles que não se imagina fechado numa sala de musculação? Só de imaginar aquelas sequências de movimentos e aquele monte de aparelhos já te dá preguiça?
Não se sinta sozinho. Muitas pessoas não gostam da musculação. 
Por outro lado, pesquisas mostram que essa atividade é muito benéfica: fortalece os ossos, aumenta a massa muscular, acelera o metabolismo e é um dos melhores exercícios para melhorar a flacidez. Isso tudo porque com a musculação podemos trabalhar com mais sobrecarga, em treinos que podem ser curtos mas muito eficazes quando bem conduzidos.

A boa notícia é que podemos ter os mesmos benefícios da musculação com atividades alternativas, mais prazerosas, em locais abertos. Se você tem aversão pelas salas de musculação, lotadas de mulheres e homens musculosos e se você simplesmente não tem o menor prazer em fazer esse tipo de atividade física, não desista de praticar seus exercícios, pense em outras opções que também trabalhem com sobrecarga, e assim, promovam benefícios físicos parecidos para o seu corpo.

Aqui vão algumas ideias para você ver se gosta:

Aula de Circo
Nesses espaços é possível fazer exercícios em monociclos, camas elásticas e trapézios. Além dos movimentos trabalharem o corpo todo, ajudam a tonificar e a enrijecer a musculatura por meio de exercícios de flexibilidade, equilíbrio e força. É uma forma lúdica de trabalhar e que exige um pouco mais de destreza.


Dança
Dançar é uma delícia. Além de ajudar a manter a forma e emagrecer, pois é uma atividade predominantemente aeróbica, ajuda também a enrijecer a musculatura e aliviar o estresse. As coreografias, que são sequências de movimentos, trabalham também a memória e a coordenação motora. Dependendo da modalidade escolhida, se você fizer movimentos utilizando a sustentação do peso do corpo essa funciona como sobrecarga, ajudando a desenvolver força muscular!!!








Lutas

São atividades ótimas para aliviar as tensões do dia a dia. Além disso trabalham a concentração e a auto-confiança. cada luta tem sua peculiaridade, mas todas desenvolvem força, melhoram o condicionamento físico e a resistência muscular. O judô, o karatê o Jiu-jitsu são exemplos de atividades que trabalham o corpo todo. O boxe também é interessante e trabalha bastante os braços.


Pilates e yoga

Ambas as atividades trabalham força, resistência e flexibilidade, deixando o corpo com aspecto harmonioso e equilibrado. Existem modalidades com e sem acessórios. Em algumas modalidades de yoga usam-se faixas, cintas e bancos e no Pilates podem ser utilizados aparelhos. Mas se sua academia não tem aparelhos, uma aula de solo bem  trabalhada pode fazer maravilhas com seu corpo, usando somente seu próprio peso como sobrecarga!!!!


E aí gostou de algum deles? Não perca tempo !!!!

um abraço

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sua Postura - Seu Poder

Há umas semanas saiu uma reportagem na Folha Equilíbrio falando sobre uma professora da Harvard que estudou o efeito de certas posturas na sensação de poder das pessoas.
Achei muito interessante, pois canso de falar que a postura é nosso cartão de visitas, que ela conta muito da nossa história e da nossa personalidade. Então a postura mexe com nossas emoções e se tratarmos dela estaremos mexendo também com as emoções. E é isso que os fisioterapeutas (como eu) acabam percebendo nos seus consultórios quando "melhoram" a postura de seus pacientes. Não é só o fato de estar com o sistema músculo-esquelético mais equilibrado e mais funcional que faz com que os pacientes se sintam bem...é mais que isso, mexemos na emoção dessas pessoas!!!!

Posturas que dão poder!!!

Eu acho isso incrível. Na verdade não deveria haver a divisão corpo-mente que costumamos fazer. Somos tudo junto, cabeça-coração-músculos e etc. O corpo fala, é só saber sentir, ouvir e enxergar: A mente fala através do corpo, não há dúvida!!! E agora essas pesquisadoras tocaram nesse ponto. Na verdade a pesquisa tem muitas limitações, mas é um começo, mostrando inclusive alterações hormonais decorrentes da postura.

Vejam só o que fala a pesquisa:


Os seres humanos e outros animais expressam poder através de posturas abertas, expansivas, e expressam impotência, medo através de posturas de contração, fechadas. Mas será que essas posturas podem mesmo causar poder? Os resultados do  estudo confirmaram a hipótese que "posturas de alto poder" causariam alterações neuroendócrinas e mudanças de comportamento tanto em participantes do sexo masculino como feminino:  poses de poder promovem elevação da testosterona e diminuição do cortisol, aumentando os sentimentos de poder e tolerância ao risco; poses de "fraco poder" provocaram o padrão oposto. Em suma,
executar posturas promove adaptações psicológicas, fisiológicas e comportamentais, que vão além do simples pensamento, influenciando até tomadas de decisão.


A sensação de estar no controle é muito poderosa, torna o indivíduo mais confiante, e é algo que os outros podem sentir e perceber.

Amy Cuddy  (Harvard Business School),  e Dana  Carney (Columbia) mostraram através de seu experimento que manter-se em uma "pose de alto poder" por menos de dois minutos faz com que as pessoas sintam-se mais poderosas e mais dispostas a assumir riscos.
Como o gráfico abaixo mostra, elas verificaram que as poses de poder podem alterar a liberação de certos hormônios: a testosterona aumenta, o que faz você se sentir dominante, e o cortisol diminui,reduzindo o estresse:

Power Pose

Metodologia do estudo:
42 participantes (26 mulheres e 16 homens) foram aleatoriamente designados para fazer posturas de alto ou baixo poder. Os participantes não sabiam do real objetivo do estudo e acharam que a análise era sobre os possíveis  efeitos da colocação diferente de eletrodos de eletrocardiograma, acima e abaixo do coração. Os participantes foram colocados por um pesquisador em posturas de "alto ou baixo poder". Cada participante realizou duas posturas de 1 min cada. A atitude  dos participantes em relação a assumir riscos foi avaliada com uma tarefa, tipo jogo; os sentimentos foram medidos através de auto-relatos. Amostras de saliva,  foram usadas ​​para testar os níveis de cortisol e testosterona  antes e aproximadamente 17 minutos após a permanência nas poses 

As Posturas:
 
Power poses
As posturas acima eram as de alto poder e as abaixo eram as de baixo poder. O poder foi relacionado com expansividade (ocupar mais ou menos espaço) e abertura (manter braços abertos ou fechados, por exemplo). Antes de aplicar a pesquisa foram feitos pré-testes para validar as posturas.



Algumas conclusões das pesquisadoras:
Simplesmente mudando a postura física, um indivíduo prepara seus sistema mental e fisiológico para suportar
situações de dificuldade e estresse, e, talvez, consiga realmente melhorar a confiança e o desempenho em situações como entrevistas de emprego, falar em público, discussões com superiores e etc. A prática constante poderia levar ao aprendizado e à mudança comportamental. Ao longo do tempo essas mínimas mudanças  posturais poderiam melhorar a saúde geral e o bem-estar de uma pessoa. 


Opinião pessoal: não acredito que somente executando algumas posturas consigamos realmente mudar tanto o comportamento ao ponto de enfrentar uma situação muito difícil. O que a pesquisa mostra é que padrões motores ou posturais trazem repercussões fisiológicas, com liberação de substâncias que vão por sua vez trazer repercussões comportamentais. Esse seria um ciclo, onde não há como dissociar o físico do mental. Portanto ao trabalharmos nosso corpo, melhoramos nossa aparência, melhoramos nossa postura e melhoramos a maneira de encarar o mundo e as situações adversas.

E você, o que está esperando para se mexer e trabalhar seu corpo/mente?


um abraço